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O ano de 2016 tem sido marcado por uma grande variação nos preços de lácteos. Mesmo com a economia em crise, a forte queda na produção de leite em 2016 (no primeiro semestre, a redução foi de 6,4% x o 1º semestre de 2015) fez com que os preços em todos os elos apresentassem altas expressivas. 

Entre os derivados, o produto que apresentou maior variação de preços foi o leite UHT que, segundo dados do MilkPoint Mercado, chegou a ser vendido pela indústria para o varejo próximo aos R$4/litro.

No entanto, os altos preços tiveram seu reflexo no consumo: com o repasse de preços do varejo para o consumidor, empresas reportaram uma forte diminuição nas vendas, o que fez com que rapidamente os preços despencassem. Se antes os varejistas se esforçavam para conseguir o volume que precisavam a quase R$4/litro, agora já há diversas negociações na casa de R$2/litro e muitos laticínios já começaram a aceitar valores até abaixo de R$2/litro. 

Como muitas vezes ocorre nessa queda de braços entre indústria e varejo, mesmo com a forte queda nos preços recebidos pela indústria, o setor varejista conseguiu segurar preços: em setembro, a queda do leite UHT no varejo foi de 12%, muito menor do que o recuo dos preços no atacado, que tiveram queda de 24,4% no mesmo mês, em sequência à queda de 22,5% já ocorrida em agosto.

Com a forte mudança no cenário e a capacidade do varejo em segurar a queda ao consumidor, em apenas três meses este elo saiu de sua menor participação (analisando os dados a partir de 2004) nas margens brutas de leite UHT em junho (6,8%) para a maior participação nas margens brutas de leite UHT em setembro (38,3% do valor final do produto).

Já a indústria, por sua vez, teve sua participação reduzida de 55,7% em junho para 17,5% do valor final do UHT em setembro, enquanto a participação do produtor oscilou de forma menos expressiva: saiu de 37,5% para 44,2%. Porém, em função da queda nos preços pagos ao produtor nos últimos 30 dias, sua participação já está diminuindo, com alguma recuperação por parte da indústria. "Apesar dos números ainda não indicarem isso em função da defasagem entre o que ocorre no mercado e a consolidação dos dados, o fato é inequívoco: o produtor está tendo redução na fatia porcentual, além de queda no valor absoluto", diz Marcelo P. Carvalho, CEO da AgriPoint. 

O gráfico 1 a seguir apresenta as informações citadas:

Gráfico 1 - Distribuição das margens do leite UHT por elo (em %).

 

Ao analisarmos os dados em valor, podemos ver que a tendência também foi muito semelhante: como a queda do preço do leite UHT no varejo foi menor que no atacado, mesmo com a redução nos valores do produto ao consumidor, o varejo ainda conseguiu aumentar sua margem bruta, chegando a R$1,42/litro, contra R$0,65/litro de margem da indústria em setembro. Importante salientar que tais valores são brutos, ou seja, não consideram os custos de cada elo.

"É interessante notar que os momentos de melhor remuneração do produtor coincidiram com margens elevadas também para a indústria", constata Marcelo.

Gráfico 2 - Distribuição das margens do leite UHT por elo (em R$/litro).

 

Resta saber quando o varejo reduzirá os preços, estimulando o consumo em um momento de elevação da oferta, seja pela recuperação da produção interna, seja pelas importações recordes de leite em pó. (MilkPoint)


 

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