Pela primeira vez, a Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia) divulgou os índices do uso de inseminação artificial (IA) nos estados brasileiros. Ao longo de 2015, em Minas Gerais, a utilização da IA na pecuária de leite abrangeu 14,6% das vacas e na de corte 7,1% das matrizes, alcançando o índice total de 11,5%, o que é considerado pequeno frente ao tamanho do rebanho estadual. O uso da IA no rebanho total do País abrange 10,3% das vacas e a tendência é de crescimento.
O uso da inseminação artificial em bovinos tem entre as vantagens a possibilidade de melhorar a genética do rebanho em ampla escala, ampliar a produtividade em um menor período de tempo, reduzindo os custos de produção e agregando competitividade.
De acordo com o presidente da Asbia, Carlos Vivacqua Carneiro da Luz, o uso da técnica tanto em Minas Gerais como em todo o País ainda tem muito espaço para crescer. Com a divulgação dos índices estaduais, a associação pretende acompanhar, de forma científica, o avanço de programas voltados para estimular o uso da inseminação artificial.
Apesar de ser responsável pelo segundo maior rebanho de bovinos no País, atrás apenas do Mato Grosso, a taxa de inseminação artificial em Minas Gerais ainda é pequena, representando apenas 11,5% do rebanho total, corte e leite, que é formado por 15,63 milhões de fêmeas. Minas ocupa a sexta posição, atrás dos estados do Sul do País, Mato Grosso do Sul e São Paulo.
De acordo com os últimos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Minas Gerais se destaca com o maior rebanho leiteiro, composto por 5,8 milhões de vacas em ordenha e respondendo por 25,19% do rebanho de leite do País. Mesmo sendo o maior produtor de leite, o Estado insemina apenas 14,6% das matrizes, ficando atrás de Santa Catarina, estado onde o índice de inseminação é de 31,8%, Rio Grande do Sul, 28,3%, Paraná, 25,9%, e São Paulo, 15,3%.
"Em Minas Gerais, Estado que possui o maior volume de gado de leite do Brasil, o percentual de inseminação não é elevado. Já o Sul do País concentra os maiores índices, por serem os que mais utilizam tecnologias. Nosso ranking pode ser considerado um mapeamento da tecnologia aplicada na pecuária de corte e de leite, isto pelo uso da inseminação ser uma técnica que sempre vem acompanhada de outras, como o uso da ordenha mecânica e as melhores práticas de manejo, por exemplos".
Ainda segundo Vivacqua, vários programas do governo federal e estadual, em conjunto com entidades ligadas ao agronegócio, vêm sendo desenvolvidos em Minas Gerais e demais estados produtores. Por isso, a tendência é de crescimento do uso da técnica. O percentual baixo no uso da IA ainda se deve às dificuldades de acesso dos pecuaristas aos processos tecnológicos e à mão de obra capacitada.
Valor
Considerada como o melhor mecanismo de melhoramento genético em larga escala, o uso da inseminação artificial tem valor acessível aos produtores, representando apenas 2% dos custos de produção. "A inseminação tem um custo-benefício enorme garantindo ao pecuarista a melhora genética do rebanho em larga escala. A utilização da técnica vem se expandindo e deve crescer efetivamente nos próximos anos. A partir de agora, com a divulgação dos índices estaduais, poderemos acompanhar o percentual de adoção da técnica e a variação ano a ano. Estamos muito felizes porque, com os dados, vamos mensurar não mais de maneira sensitiva, mas de maneira exata a variação em cada estado. Poderemos traçar e avaliar as ações estratégicas e os impactos das mesmas", explicou Vivacqua. (As informações são do Diário do Comércio)